terça-feira, 12 de novembro de 2013

A Educação e os educadores do futuro.





Eduardo Benzotti expõe, a partir de Morin, que a concepção de educação hoje se resume a uma mera função ou especialização e apresenta sua visão de sentido da complexidade, expondo que somos, simultaneamente, seres únicos e múltiplos o que torna, portanto, nossa individualidade irredutível. Ele afirma que a realidade se apresenta a nós de forma naturalmente complexa visto que não podemos vivenciá-la de forma fragmentada, dessa mesma forma também se apresenta o pensamento, visto que pensar o mundo e tudo o que nos cercam demanda um pensamento complexo, instrumento necessário para a aquisição de um conhecimento também complexo.
Assim, para que a educação do futuro dê conta dessa complexidade deve-se seguir sete saberes considerados por ele “fundamentais” conforme segue:

As cegueiras do conhecimento: o erro e a ilusão: Estamos a todo o momento expostos a erros de percepção ou de julgamento em relação à realidade exterior e em relação a nós mesmos dessa forma nem o conhecimento científico está imune ao erro. A educação do futuro, cuja construção é uma tarefa que se inicia no presente, deverá estar consciente da possibilidade do erro nos processos do conhecimento e trabalhar para a elaboração de saberes capazes da crítica e da autocrítica.
Os princípios do conhecimento pertinente: O paradigma da disjunção, que comanda a ciência hoje, considera que tudo aquilo que desemboca na contradição é sintoma de erro, mas a contradição, e a tensão que ela gera, é possibilidade de compreender verdades mais dinâmicas e potencialmente mais completas.Devemos conceber uma educação apta para lidar com realidades e problemas multidisciplinares, multidimensionais, transversais, globais, planetários, enfim complexos. Urge a construção de uma nova organização cognitiva que não opere mais na cisão e na ruptura das várias dimensões do real e nem na unicidade, mas sim que opere na dialógica e na simultaneidade entre essas dimensões.
Ensinar a condição humana: Devemos enquanto seres humanos reconhecer nossa humanidade comum e simultaneamente nossa diversidade cultural A humanidade é una e diversa. Somos indivíduo/sociedade/espécie, somos razão/afeto/pulsão e somos também cérebro/mente/cultura, somos três relações triádicas simultaneamente.
Ensinar a identidade terrena: A terra como a casa comum de todos, como nossa primeira e última pátria: a Terra-Pátria6. Terra: mãe e morada de toda a humanidade. As conquistas da modernidade possibilitaram, através das revoluções tecnológicas, relacionarmos e religarmos novamente o que estava disperso. Nossa rica herança cultural pôde então ser conhecida na sua amplitude e coligida. Deveremos despertar e cultivar nas futuras gerações um sentimento de desvelo e pertencimento à terra.
Enfrentar as incertezas: A educação do futuro deverá considerar o princípio da incerteza como válido para todo o conhecimento e se voltar para as incertezas que povoam o universo epistemológico: incerteza cérebro-mental, incerteza lógica, incerteza racional e incerteza psicológica.
Ensinar a compreensão: A história do universo e a história do Homem nos ensinam que o caminho é calçado não somente de certezas, ordens, determinismos, evoluções, progressos, mas que comporta também, na mesma medida, incertezas, desordens, acasos, involuções e regressões. A história, e por extensão nossa vida, não é linear, mas um complexo de ordens, desordens, organizações e desorganizações. A educação do futuro deverá ensinar a ética da compreensão, a compreensão mútua como condição e garantia da solidariedade humana. Estimular a compreensão intelectual ou objetiva - apreender intelectualmente em conjunto, abraçar juntos as partes e o todo - e a compreensão humana intersubjetiva - que envolve a empatia, a identificação e a proteção do outro, que é também sujeito e humano.
A ética do gênero humano: A ética do gênero humano exige o dever ético de ensinar os princípios democráticos da liberdade individual, da responsabilidade dos atos, do respeito à diversidade e ao antagonismo, do consenso - não a ditadura da maioria, mas sim a aceitação de uma posição vencedora e provisória que não elimine a minoria - que nasce do conflito de idéias, posições e pensamentos, da aceitação das pluralidades, concorrências e antagonismos..
Assim as novas tecnologias tem um papel importante no desenvolvimento de educadores aptos a trabalharem com a educação do futuro visto que os torna capacitados a utilizarem tais recursos em suas aulas.
Com a modernidade das tecnologias, a informação e o conhecimento estão ao acesso de todos e os alunos, em sua maioria, já fazem uso dessas tecnologias fora da escola.
A busca de informação e formação acerca dos recursos tecnológicos atuais levam os educadores a pensar na interação, na pesquisa, na autonomia e na disciplina possibilitando maior diversidade no processo de ensino/aprendizagem que acarreta no desenvolvimento de uma postura positiva diante da multidisciplinaridade levando em conta a realidade do aluno em toda a sua dimensão e complexidade.
É importante que o professor tenha clareza da sua intencionalidade pedagógica, saiba intervir no processo de aprendizagem do aluno possibilitando o estabelecimento de relações interpessoais, crie situações que proporcione a interação entre os alunos, proporcione o trabalho em grupo, a busca de informações, o dialogo e produção de novos conhecimentos. Além de considerar que não é só o professor que detém o conhecimento reconhecendo assim que alunos e professores podem aprender juntos.


Referências Bibliográficas.

BENZATTI. E. A Educação e os Educadores do Futuro. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action&co_obra=105128 Acesso em: 06/11/2013.

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